Rouge, as Spice Girls do Jabaquara.
Meu chefe é um baterista/surfista loirão, da voz imposta com forte sotaque carioca, apesar da nacionalidade gringa. É fã de bandas de todas as épocas, eras e tempos. Sabe por nome todas aquelas músicas que a gente só reconhece depois de ouvir o refrão. Recentemente, foi ao show do AC/DC. Já deu aulas de percussão para o fulaninho do Tijuana. Pronto, pagou um pau? Pois é, então se prepara. Nos momentos “ninguém tá vendo”, ele aumenta o som e delicia-se ouvindo Shania Twain. Canta junto e tudo. Essa é a veia brega de que ele fala.
Shania Twain e seu bom gosto para figurinos.
Baseando-me nessa teoria, resolvi explorar minha cabecinha oficiosa e ver quem são os responsáveis pela minha veia brega. Atenção! Eu não recomendo esse processo para pessoas fracas. Você pode acabar percebendo que sua veia brega é maior do que a veia “aceitável” e o efeito é desastroso.
Lá vai minha lista:
Backstreet Boys
Ok, ok, meninas. Prevejo sangue e morte nos comentários só por colocar os Backstreet Boys na minha lista de breguices. Porém vamos atentar aos fatos: 1) eles já não são do mainstream musical há tempos. 2) O grupo ainda faz musiquinha mela-cueca, nem adianta vir falar que eles são “super cool”. 3) Backstreet BOYS? Aham, Claudia.
Apesar disso tudo, fato é que gosto do som deles, admiro o fato de cantarem e dançarem sem desafinar e reconheço que não é fácil ser boyband depois dos anos 90. Pra quem tiver curiosidade de ver do quê que eu to falando, clique aqui.
Backstreet Boys depois do churrascão na casa do Justin.
Parou de rir? Ok, continuemos com o texto. O menudinho serelepe cresceu, se tornou uma das figuras latinas mais celebradas no planeta, ganhou Grammys, tomou a MTV e gravou com artistas de importância inquestionável como Pavarotti, Madonna, Elton John e outros inúmeros. Legal, né? Mas por outro lado, ele é também muito rebolativo, muito “latin lover”, o que gera uma imagem instantânea de artista com talento mediano. Vamos além do bonitão que vive “La vida loca”. Clique aqui.
Trilhas Sonoras de Musicais
“Don’t Cry For Me Argentina” é muito mais emocionante quando vemos Evita. “Summer Night” é empolgante com a coreografia precisa do Travolta e a voz doce de Olivia, em Grease – Nos Tempos da Brilhantina. As mulheres em “O Tango da Lamúria”, de Chicago, são de deixar qualquer um boquiaberto, mesmo os que não gostam de musicais. Deus abençoe a fotografia de Moulin Rouge e a edição de Hairspray. Mas a imagem é exatamente metade de tudo que é apaixonante em musicais. A outra metade, obviamente, fica por conta das canções.
Meu fone de ouvido já cansou de escutar as músicas de todos esses e mais alguns. Eu ainda não cansei e dificilmente irei. Minha recomendação pra você, querido leitor, é essa aqui.
One Hit Wonders
Artistas de um único sucesso são inesquecíveis. Ou melhor, o sucesso é inesquecível, já que eles caem no esquecimento logo depois de ascenderem. Mas isso é assunto pra outra postagem.
Quem nunca se pegou batendo o pezinho ao som de “That Thing You Do”, do The Wonders? Ou com “Unbelievable”, do EMF, mesmo que o refrão tenha apenas uma palavra. Mais recentemente, tivemos “The Reason”, canção do Hoobastank para jovens cornos. Há também a gama de artistas de “um hit e meio”, que lançam um baita sucesso e depois alguns menores até caírem no limbo dos artistas de "temporada no Canecão" ou reality shows. Mesmo assim, o tal do único sucesso mora em nossos corações e tocadores de MP3 pra sempre. Essa aqui, por exemplo, me acompanha desde sempre.
MC Hammer, o gatinho sensual de "Can't Touch This".
Há mais de um ano, eu criei este blog e postei quatro ou cinco devaneios meus. Os comentários foram positivos, recebi críticas muito boas, meus amigos adoraram e até a exigente (leia-se chata) irmã que tenho ajudou a divulgar e espalhar pelo mundo essa belezinha de endereço virtual.
Alguém me diz a causa, motivo, razão ou circunstância que me levou a abandoná-lo? Eu mesmo não sei.
Talvez algo relacionado a Teses de Conclusão de Curso ou namoros mal sucedidos.
Então, depois que o sentimento de pai desnaturado me atravessa o coração, sinto-me no dever de retomar às atividades desse que é um dos meus maiores xodós.
Welcome mais uma vez.Agora, minha faceta mais feroz: o fã de Madonna. Acredito ser de conhecimento geral que não existe fã mais chato do que aquele que admira ícones. Atenção, fãs de Beatles, Elvis, Michael, Stones, Roberto Carlos e, obviamente, Madonna. É de vocês (nós) que estou falando.
Somos chatos bagarai. De acordo? Ótimo, vamos continuar com o texto.
Falemos agora mocinha de Detroit que a crítica especializada (?) jurava que não duraria mais que seis meses, afinal de contas ela mal sabia cantar, se vestia feito uma louca e provocava a ira dos puritanos americanos.
Carlos, um pouco irritado: “Mesmo assim. Não fica bem pra uma senhora de 50 e tantos anos ficar rebolando daquele jeito.”
Carlinhos, meu querido revoltado. Madonna não é o tipo de artista que se preocupa com o que “fica bem”. Portanto, espere o inesperado. Sempre. Pensando agora, acho que não é só o “marketing” que demandaria uns 38.476 blogs pra ser desvendado.
Resumindo, todos têm uma imagem instantânea de Madonna. Pelo impacto que sua imagem causou na História, talvez. Mas a minha grande indignação (que me leva a escrever tanto) é o fato de Madonna ser vítima exatamente do mal que a loira combate com maior fúria: o pré-conceito. O julgamento prematuro.
Alguém que não seja fã sabe me dizer a razão de simular masturbação no palco? Ou o motivo que leva uma cantora bem-sucedida a enfrentar o governo americano em plena guerra? Não. Pois a instantaniedade nos obriga a formar opiniões que nem sempre condizem com o que acontece de fato. E, muito infelizmente, esse é um fenômeno que afeta não apenas a rockstars, mas a todos os outros meros mortais rotulados pela preguiça de pensar de outrem.
Ao discutir música pop, ao colocar um amigo em determinada prateleira, ao pré-conceituar algo ou alguém, não tenha preguiça de pensar. Ou então reserve-se no direito de não comentar sobre o que não conhece. Não caia onde o Carlos caiu. Senão, durante algum debate, você corre o risco de argumentar próximo a alguém que te prove exatamente o contrário da sua opinião mal formulada. E a cara de tacho é gigantesca.