Nunca mais, ouviu bem? Nunca mais!

Alguém me explica esse amor incondicional por animais?

Sério, hoje (14 de dezembro de 2009), quase ganho um ingrato presente de natal. Acontece que o Thor, meu xodó preto de raça Dash Hound e de cinco anos de idade, desapareceu daqui de casa. Foi assim:

Minha humilde residência está em reformas, ou seja, os cômodos estão encavalados uns nos outros. A sala virou sala/cozinha, o quarto da minha irmã agora também é meu, o quarto dos meus pais migrou pro meu e Deus sabe o que virou o original quarto dos meus pais. Resultado: caos, caos, caos.

Não bastasse a zona, tem o barulho, a poeira, o quebra-quebra e tudo mais. Nessa pataquada, as portas ficam mais tempo abertas, o portão da frente escancarado em horário comercial e meu cachorrinho cada vez mais tentado a sair pra ver o mundo. Não deu outra. Por volta das 13h de hoje, o comprido deu a sorte de escapulir sem que ninguém (a princípio) percebesse.

Então, como de costume, alguém da família deu falta dele. Hoje foi meu pai, assim que voltou do trabalho. Caçamos o danado pela casa inteira e nada. Gritamos, fizemos aqueles "tsc tsc" com a boca que todo cachorro adora ouvir. Nada. Oferecemos biscoitos imaginários, batemos palma até dizer chega, até a vizinha ficou atenta. E nada. A essa altura, minha irmã já se rasgava de chorar, minha mãe com os olhos marejados e eu me esforçando loucamente pra não cair na delas. Alguém tinha que ser forte ali e meu pai não tava em casa.

Meu pai é do tipo que gosta de resolver as coisas e não envolver ninguém. Quando eu tava saindo de casa (de pijama) pra ajudar, ele veio pra mim com um ar de "Vai pra casa, menino! Você é criança, fica em casa que é melhor". Minha resposta saiu em um tom de voz muito sério - sem que eu notasse ou controlasse - e meu pai mudou a postura. Deixou que eu saísse. Ele pra esquerda, eu pra direita.

Mentalmente, torci pro meu velho já ter encontrado o bendito, mas também fui com muita fé procurá-lo pelas travessas ao redor de casa. Perguntei ao fulaninho do boteco, sem esperança. Ele: "É um desse chalchicha?". Eu: "Como?". Ele: "Um chalchicha pretim?". Acredito que ele tava tentando me falar de um salsicha pretinho. "Isso! É esse mesmo! Pra onde ele foi, moço?". O ilustre desconhecido só respondeu: "Subiu". Subiu pra onde? Que horas? Tava machucado? Sujo? O cara só sabia dizer "subiu".

Não sabia se ficava feliz com a esperança de encontrá-lo aqui perto ou se ficava fulo da vida com o semi-autista que me deu a dica. Voltei pra casa e atravessei o portão já planejando vestir qualquer roupa pra sair de novo e achar o Thor, nem que isso durasse até eu cansar. Os joelhos bambeando. Passo pela porta de casa já temendo não conseguir segurar o aguaceiro dentro dos olhos. Ao invés de choro, porém, ouvi risadas e barulhos de beijo vindos do quarto dos meus pais (originalmente meu). Quase não acreditei quando ouvi o som inconfundível das unhas do meu neguinho fazendo "tic tic" na cerâmica do chão.

O alívio que senti é indescritível. Ainda assim, não torço pra que experimentem pra saber como é. Basta imaginar a perda de alguém (sim, alguém) muito querido mesmo. Alguém que te entende como nenhum outro amigo ou parente, que te faz companhia no frio, no calor, na chuva, na festa, no carro, no dia comum. O Thor vai morrer um dia, eu sei bem disso. Não sou iludido, não senhor. Mas quero estar perto dele, no dia, pra me despedir e pra encerrar a amizade com todo o amor possível. É minha forma de agradecer por cada latido, traquinagem ou apenas por estar lá no quintal quando eu precisei de um amigo.

Afinal de contas, tenho certeza que ele também sentiria minha falta se eu escapasse pelo portão.

Poeminha Safadinho

Meu amor, há quanto tempo!
Seu cabelo está mudado.
Seu olhar ainda é o mesmo,
Como sempre me deixa corado.

Sorria sempre, cada vez mais
É um presente aos que estão presentes
A boca, os lábios e os dentes
Iluminam esses ambientes

Me diz, como anda a vida?
Alguma novidade muito boa?
Tem alguém que te tome conta
Ou tá por aqui à toa?

Me proponho a ser seu rei
Te tomar como minha donzela
Ouvir todas as suas mazelas
E morar embaixo de suas janelas.

Pois sempre que quiser me ouvir
Terá minha voz à disposição
Pra uma longa conversa honesta
Ou apenas pra uma canção.

Não sou poeta, sou sincero
Cada palavra tem meu esmero
Por isso mesmo que espero
Que seu rosto enrubeça e me censure

Pois para cada galanteio
Há um tom de devaneio
Acho até um pouco feio
Mas não há nada que me cure

Agora te toco a face
Encaro olhos perfeitos
Logo mais, estamos nus
Sob quase nada de luz
Sob quase nenhum defeito

Enlouquecida, fora de si
Em ponto de ebulição
Fica mole quando acaba
E ofegante, sem reação

Minha hora de ir pra casa
Me liga, posso até te retornar
Mas é melhor não esperar

Pois sou do tipo que releva
Não me peça que te leve
Afinal a vida é breve
Pra perder tempo com bagagem

Vai fundo, me condena
Só mais uma não vai nem doer
Você sabe que tudo que falei
Só falei pra te comer.

BEI-JO!

Pra quê serve esse botão? (Parte 2)

O relacionamento por internet é tão presente na rotina de todos, ultimamente, que os conceitos de vida social e virtual se misturaram a ponto de criarmos novos termos.
Hoje, temos vida social VIRTUAL e vida social REAL.



Há cerca de um mês, fui contra a corrente e escrevi uma carta à um grande amigo que havia desaparecido por uns tempos dos encontros da turma. Anexei, inclusive, um DVD de presente. Escrevi bastante, coloquei no papel todas as coisas que certamente falaríamos se ele estivesse em minha frente. Até ri um pouco, enquanto escrevia. Por fim, olhei pro garrancho da minha letra e pensei que um e-mail que tivesse exatamente as mesmas palavras e pontuações, não traria metade da sinceridade e do carinho depositados à caneta naquela folha. As emoções ficam espantosamente explícitas.


Enviei e já fiquei ansioso, inquieto. O que será que ele achou? Em tempos de e-mails que vão e vêm como telefonemas. Simples, frios, diários, rotineiros, instantâneos. Como seria receber uma carta pessoal sem esperar? Ou melhor, esperando, no máximo, um recado no Orkut! Dois dias depois, meu amigo me telefona agradecido e marca uma cervejada pro dia seguinte, com todos os amigos reunidos novamente. Antes disso, os milhares de e-mails que a turma mandou não surtiram nem metade do efeito da única carta.


Essa postagem é só pra manifestar minha satisfação em ver que certas tradições ainda têm valor. Ou melhor, têm até mais valor que antes, visto que hoje são um pouco raras.


Até mais, querido leitor. E obrigado por acompanhar o blog.

Pra quê serve esse botão? (Parte 1)

Eu sou do tempo em que câmeras, celulares, televisão e tocadores de mídia eram aparelhos separados. Do tempo em que videogame se jogava sentado e com uma atenção tremenda. Quando o lançamento de um álbum musical era o lançamento de um álbum musical de fato, e não a divulgação oficial das músicas que "vazaram" semanas antes. Época boa em que namoros não terminavam via internet. Pode parecer estranho, mas eu assistia os meus desenhos animados favoritos somente pela televisão. E em apenas um horário de exibição. Se perdesse o episódio, teria que me virar pra entender o seguinte ou perguntar aos amigos o que aconteceu e eu perdi.


Toques monofônicos, telas monocromáticas e vibracall era tecnologia de ponta.



Sim, sou antiquado. Velhaco mesmo. Quase empoeirado. Minha primeira memória no que diz respeito a internet é o ICQ, mas não conta muito pois era uma merda e quase ninguém tinha. Logo depois disso, os clássicos indispensáveis absolutos e límpidos MSN e Orkut. Atualmente, são tantos que dá medo de começar a listar e vir alguém nos comentários me lembrar dos que eu esqueci.


"Me add"?


Como esse é um blog que vomita todos questionamentos que assolam minha cabecinha, eis alguns que me bateram na cuca esses tempos:



O conceito de fotogenia tem que ser revisto, já que hoje uma foto pode ser corrigida digitalmente?

"Pucauso di quê" que culturas, tradições, costumes e regionalismos são cada vez mais esquecidos ou ofuscados pela tecnologia?

Quando foi que as pessoas passaram valorizar um "depoimento no Orkut" mais do que uma carta escrita de punho?


Mande sua opinião, querido leitor, comente sobre o assunto.




Até a próxima.











Uma observação em itálico no pé do texto aos espertinhos que gostam de revolucionar blogs e humilhar blogueiros: pode parecer contraditório colocar um texto desse teor em um blog, já que se trata de um manifesto sobre o excesso de tecnologia, inserido em uma mídia que resulta desse excesso. Atentem apenas para o fato de que não condeno tecnologia, pois isso sim é contraditório. Não há como evitá-la. Há, porém, maneiras de evitar a dependência dela. É disso que o texto trata. Grato.

Veia Brega

De acordo com meu chefe, um americano quarentão cheio de teses (interessantíssimas) sobre as questões do mundo, todos nós temos o que ele chama de “veia brega musical”.

É algo como uma simpatia que nutrimos por músicas ou artistas que não condizem com os estilos musicais que seguimos com mais freqüência. Uma recaída. Uma fraqueza perante a necessidade besta de sempre se mostrar musicalmente culto ou atualizado.


Rouge, as Spice Girls do Jabaquara.


Meu chefe é um baterista/surfista loirão, da voz imposta com forte sotaque carioca, apesar da nacionalidade gringa. É fã de bandas de todas as épocas, eras e tempos. Sabe por nome todas aquelas músicas que a gente só reconhece depois de ouvir o refrão. Recentemente, foi ao show do AC/DC. Já deu aulas de percussão para o fulaninho do Tijuana. Pronto, pagou um pau? Pois é, então se prepara. Nos momentos “ninguém tá vendo”, ele aumenta o som e delicia-se ouvindo Shania Twain. Canta junto e tudo. Essa é a veia brega de que ele fala.


Shania Twain e seu bom gosto para figurinos.


Baseando-me nessa teoria, resolvi explorar minha cabecinha oficiosa e ver quem são os responsáveis pela minha veia brega. Atenção! Eu não recomendo esse processo para pessoas fracas. Você pode acabar percebendo que sua veia brega é maior do que a veia “aceitável” e o efeito é desastroso.

Lá vai minha lista:



Backstreet Boys

Ok, ok, meninas. Prevejo sangue e morte nos comentários só por colocar os Backstreet Boys na minha lista de breguices. Porém vamos atentar aos fatos: 1) eles já não são do mainstream musical há tempos. 2) O grupo ainda faz musiquinha mela-cueca, nem adianta vir falar que eles são “super cool”. 3) Backstreet BOYS? Aham, Claudia.

Apesar disso tudo, fato é que gosto do som deles, admiro o fato de cantarem e dançarem sem desafinar e reconheço que não é fácil ser boyband depois dos anos 90. Pra quem tiver curiosidade de ver do quê que eu to falando, clique aqui.


Backstreet Boys depois do churrascão na casa do Justin.


Ricky Martin

Parou de rir? Ok, continuemos com o texto. O menudinho serelepe cresceu, se tornou uma das figuras latinas mais celebradas no planeta, ganhou Grammys, tomou a MTV e gravou com artistas de importância inquestionável como Pavarotti, Madonna, Elton John e outros inúmeros. Legal, né? Mas por outro lado, ele é também muito rebolativo, muito “latin lover”, o que gera uma imagem instantânea de artista com talento mediano. Vamos além do bonitão que vive “La vida loca”. Clique aqui.

a única diferença da época do Menudo pra hoje é a barba, Ricky Martin.


Trilhas Sonoras de Musicais

“Don’t Cry For Me Argentina” é muito mais emocionante quando vemos Evita. “Summer Night” é empolgante com a coreografia precisa do Travolta e a voz doce de Olivia, em Grease – Nos Tempos da Brilhantina. As mulheres em “O Tango da Lamúria”, de Chicago, são de deixar qualquer um boquiaberto, mesmo os que não gostam de musicais. Deus abençoe a fotografia de Moulin Rouge e a edição de Hairspray. Mas a imagem é exatamente metade de tudo que é apaixonante em musicais. A outra metade, obviamente, fica por conta das canções.

Meu fone de ouvido já cansou de escutar as músicas de todos esses e mais alguns. Eu ainda não cansei e dificilmente irei. Minha recomendação pra você, querido leitor, é essa aqui.

Catherine Zeta-Jones canta e dança em Chicago. Uma puta performer.


One Hit Wonders

Artistas de um único sucesso são inesquecíveis. Ou melhor, o sucesso é inesquecível, já que eles caem no esquecimento logo depois de ascenderem. Mas isso é assunto pra outra postagem.

Quem nunca se pegou batendo o pezinho ao som de “That Thing You Do”, do The Wonders? Ou com “Unbelievable”, do EMF, mesmo que o refrão tenha apenas uma palavra. Mais recentemente, tivemos “The Reason”, canção do Hoobastank para jovens cornos. Há também a gama de artistas de “um hit e meio”, que lançam um baita sucesso e depois alguns menores até caírem no limbo dos artistas de "temporada no Canecão" ou reality shows. Mesmo assim, o tal do único sucesso mora em nossos corações e tocadores de MP3 pra sempre. Essa aqui, por exemplo, me acompanha desde sempre.

Link

MC Hammer, o gatinho sensual de "Can't Touch This".


Deixe um comentário com suas influências paralelas, também. Vamos compartilhar. Ou você vai permitir que eu fique sozinho aqui, expondo minhas breguices?

Back On Track

Há mais de um ano, eu criei este blog e postei quatro ou cinco devaneios meus. Os comentários foram positivos, recebi críticas muito boas, meus amigos adoraram e até a exigente (leia-se chata) irmã que tenho ajudou a divulgar e espalhar pelo mundo essa belezinha de endereço virtual.

Alguém me diz a causa, motivo, razão ou circunstância que me levou a abandoná-lo? Eu mesmo não sei.

Talvez algo relacionado a Teses de Conclusão de Curso ou namoros mal sucedidos.

Então, depois que o sentimento de pai desnaturado me atravessa o coração, sinto-me no dever de retomar às atividades desse que é um dos meus maiores xodós.

Welcome mais uma vez.

Dona Madonna. Um escândalo. (Só um?)

Um amigo me disse, essa semana: “Não sei como você consegue ser fã dessa mulher! Ela é um desrespeito só! Ataca todo mundo de graça, só pra aparecer. Puro marketing”.

Em nome da minha quase graduação em Publicidade e Propaganda, vou primeiro defender o pobre do marketing, esse sim, atacado gratuitamente pelo meu amigo (vamos chamá-lo de Carlos).

Marketing não tem nada a ver com agredir ou desrespeitar em nome de destaque e atenção, Carlos. Marketing, na verdade, é uma complexa ciência que demandaria cerca de 38.476 blogs para uma singela introdução ao assunto. Portanto, vamos nos restringir a comentar apenas sobre assuntos que dominamos ou que não esbarrem em nossas limitações intelectuais. Simplificando... Se for pra falar merda, fica quieto. Grato.









Agora, minha faceta mais feroz: o fã de Madonna. Acredito ser de conhecimento geral que não existe fã mais chato do que aquele que admira ícones. Atenção, fãs de Beatles, Elvis, Michael, Stones, Roberto Carlos e, obviamente, Madonna. É de vocês (nós) que estou falando.

Somos chatos bagarai. De acordo? Ótimo, vamos continuar com o texto.






Falemos agora mocinha de Detroit que a crítica especializada (?) jurava que não duraria mais que seis meses, afinal de contas ela mal sabia cantar, se vestia feito uma louca e provocava a ira dos puritanos americanos.








Pois bem, isso aconteceu nos anos iniciais da antológica década de 80. Desde então, ela já foi virgem, contestadora, dominatrix, roqueira, diva disco, musa country, eletronika, anti-Bush e mentora das novas carnes que estão chegando por aí.

Tudo isso num pacote que traz a cantora, a dançarina, a atriz, a compositora, a produtora, a cineasta, a caça-talentos, a empresária, a mãe, a esposa...

Aí vem o Carlos e diz: “Tá, ela é tudo isso. Mas não precisava subir numa cruz e fingir que era Cristo!”.

Tudo é questão de ponto de vista, meu caro. Eu, como fã e admirador, não vi minha religião arranhada pela atitude da lôra. Pelo contrário, me vi como participante de um movimento que pode mudar o mundo, se eu quiser. A discrepância entre a minha visão e a de Carlos é gritante.






Quando Madonna sobe numa cruz e orna uma coroa de espinhos, é claro que não vemos a simbologia por trás disso de imediato. Enxergamos apenas o instantâneo que agride a moral religiosa. Nosso cérebro parece dizer: “Quem ela pensa que é? Cristo é apenas um. Desce dessa cruz, sua louca!”. Ao prestar mais atenção, vemos que atrás da cruz há um telão em que correm números que contabilizam as mortes de africanos pela AIDS. A música que entoa a performance é “Live to Tell”, que foi composta numa época completamente avessa ao momento, mas que se encaixa perfeitamente.

Vide o trecho: “If I run away, I’ll never have the strength to go very far. How could they hear the beating of my heart? Will it grow cold, the secret that I hide? Will I grow old? How could they hear? When will they learn? How will they know?” (Se eu fugir, nunca terei forças pra ir muito longe. Como é que eles escutarão a batida do meu coração? O segredo que eu guardo congelará? Eu envelhecerei? Como eles poderão ouvir? Como aprenderão? Como saberão?)

Não sou da crítica especializada (?) pra determinar a interpretação que todos devem ter, mas a minha visão me mostra alguém que fala pelos moribundos. A voz que eles não têm sendo espalhada mundo afora. Por ninguém menos que Madonna. Ao final da música, os números apontam 12.000, que é o número de crianças que ficam órfãs por ano, na África. Depois de mais algumas estatísticas (assustadoras, diga-se de passagem), a canção se encerra com uma passagem da Bíblia:

‘For I was hungry, you gave me food. I was naked, you gave me clothing. I was sick, you took care of me.’ And God replied: ‘Whatever you did for one of the least of my brothers… You did it to me’. Matthew 25:35” (“ ‘Eu tive fome, e Você me alimentou. Eu estava nu, e Você me deu roupas. Eu estava enfermo, Você cuidou de mim’. E Deus respondeu: ‘O que quer que tenhas feito ao menor de meus irmãos... A mim o fizestes.’ ” Mateus 25:35)

E se encerra a apresentação. Não me senti ofendido. Mas tudo é uma questão de ponto de vista.






Carlos, um pouco irritado: “Mesmo assim. Não fica bem pra uma senhora de 50 e tantos anos ficar rebolando daquele jeito.”

Carlinhos, meu querido revoltado. Madonna não é o tipo de artista que se preocupa com o que “fica bem”. Portanto, espere o inesperado. Sempre. Pensando agora, acho que não é só o “marketing” que demandaria uns 38.476 blogs pra ser desvendado.



Resumindo, todos têm uma imagem instantânea de Madonna. Pelo impacto que sua imagem causou na História, talvez. Mas a minha grande indignação (que me leva a escrever tanto) é o fato de Madonna ser vítima exatamente do mal que a loira combate com maior fúria: o pré-conceito. O julgamento prematuro.
Alguém que não seja fã sabe me dizer a razão de simular masturbação no palco? Ou o motivo que leva uma cantora bem-sucedida a enfrentar o governo americano em plena guerra? Não. Pois a instantaniedade nos obriga a formar opiniões que nem sempre condizem com o que acontece de fato. E, muito infelizmente, esse é um fenômeno que afeta não apenas a rockstars, mas a todos os outros meros mortais rotulados pela preguiça de pensar de outrem.

Ao discutir música pop, ao colocar um amigo em determinada prateleira, ao pré-conceituar algo ou alguém, não tenha preguiça de pensar. Ou então reserve-se no direito de não comentar sobre o que não conhece. Não caia onde o Carlos caiu. Senão, durante algum debate, você corre o risco de argumentar próximo a alguém que te prove exatamente o contrário da sua opinião mal formulada. E a cara de tacho é gigantesca.